Costumava dizer que:
Não me arrependo do que faço
mas sim, o que deixei de fazer
Porém...
Já me arrependi do que deixei de fazer
e chorei amargamente pelo que já fiz...
erros, muitos foram meus erros
Costumava dizer que:
Sou forte e determinada,
poucas coisas me abalavam
Porém...
Sou frágil como flor
Determinada?...
e até ponderada?
Sensível demais, sei sim
e chorona totalmente...
só não esperava sentir
o chão sumir sob meus pés
Costumava dizer que:
não deixaria a vida novamente bater-me
nem as feridas ficaria lambendo
mas, como controlar?
Como evitar chicotas?
Assim...
O verbo rasguei,
e meu grito engoli
Briguei com o mundo
e o mundo sumiu...
Tentei segurar-me em pé, caí
não tem jeito, só sei chorar,
o pranto tornou-se vício
Costumava dizer que:
De tempos em tempos
fazer faxina no coração
n'alma e na vida é normal...
só não sabia que faxinas
sempre lava-se os podres
e perde-se o que de bom temos
Costumava dizer que:
Amores vão, outros virão
os amigos que se afastam,
são fáceis substitui-los , mas
descobri que nada substitui nada
Costumava dizer que:
Não lamentaria perdas e danos
os que lamentam, são vítimas
de si mesmo, para sentir pena de si
e buscar a piedade alheia...
mas, que língua a minha!
Com o mesmo veneno
ferida fui e estou
Fui sacudida com um terremoto
Minha vida virou de cabeça para baixo
Costumava dizer que:
não quero a piedade de ninguém
que respeito não combina com pena...
mas, como fazer se estou morrendo de pena de mim mesma?!
Costumava dizer que:
Sonhar é o caminho mais curto
para a realidade, para as verdades
quem não sonha não vive
Eu, não mais estou sonhando!
Costumava dizer que:
Tudo é possível com boa vontade,
luta, garra, coragem e fé
Hoje, me pergunto:
- Onde está tudo que é possível?
Costumava dizer que:
Meus olhos não mais seriam
como chuva na vidraça...embaçados
e eis-me aqui, chorando
não controlo o pranto que cai,
é como a correnteza d'um rio
E minha vida s'esvai
Costumava dizer que:
Ah! Não direi mais nada...
Até que eu recolha meu corpo do chão
e a tristeza embora se for...
até então, não quero falar
de amor, de ódio, de piedade,
de solidão, de sonhos, de nada
Estarei de quarentena...
Silencio agora, até quando não sei!
Marillena Salete Ribeiro
abr/2002
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terça-feira, 21 de abril de 2009
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