terça-feira, 21 de abril de 2009

DUETOS - POETANDO

REFLEXO
Wilson de Oliveira Carvalho
De agora em diante, não darei
importância para as coisas
que acontecem no dia-a-dia, não quero
nem saber como elas se apresentam.
Não chorarei com os que choram,
nem lamentarei por aqueles que
despencam em direção ao abismo.
Nunca mais vou deixar o meu corpo
nu, para que o meu próximonão sinta frio.
Não vou querer saber se o orvalho molhou as plantas,
se elas quiserem, serão as únicas
responsáveis diretas por seus rebentos.
Não esperarei por nenhuma estação
do ano, em especial a primavera,
que era a mais festejada em todas as épocas.
Sem exceção, todas as coisas em meu
derredor não mais terão cores especiais,
as esperanças não mais se renovarão,
chega, estou cansado de esperar em vão...

REFLEXO
Diga-me: Onde habitará teu coração?
Sem espera alguma, sem emoção
Recoste a cabeça no ombro da esperança
Sem cansar e nem temer tua andança

Importe-se sim, por tudo que te rodeia
Em tudo há renovação, ou reflexo
E espreite calmo e manso a lua cheia
Lamente somente a tua tristeza
Retire com as mãos tua incerteza

Esse abismo é tão somente teu?
Permita os teus olhos orvalhar
Numa lágrima triste e ate sentida...
de saborear a vida não desista

Nem mesmo nessa dor se afundar
Espere ansioso por todas as estações
Inverno, verão, outono e primavera
Não alimente, nem apimente tua fera

E viva alegre com todas tuas emoções
Abuse das cores, vermelho, verde...
As esperanças todas se renovarão
E tua vida não será vivida em vão
Marillena Salete Ribeiro
Videira - SC
em: 19/1/2008
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais Ao repassar, por favor, mantenha os devidos créditos

DUETOS - POETANDO

RUMORES
Luciano

30/06/2002
Barreiro - Portugal
Quando à noite escutares
Por entre as frestas da serra
O rumor do vento uivando
Fica atenta e ouvirás
No sopro do vento o teu nome
A minha voz murmurar.
E se na noite escura
O trovão ribombar
Não temas amor
É apenas, de alegria, manifestação
Do meu coração a cantar.
Se a chuva cair de mansinho
E entre as copas das árvores remorejar
Escuta com atenção
Diz uma palavra de carinho
Porque o rumor que estás ouvindo
É de um rio de lágrimas
De saudade
Que dos meus olhos estão saindo.
E quando nas noites de luar
Sorridente no firmamento
A lua se passear
Pousa nela amor
Os teus olhos sonhadores
No outro lado tu verás
O meu coração
Querendo para ti voar
RUMORES
Marillena Salete Ribeiro
Videira/SC01/07/2002
Quando a noite estiver silente
Creia-me, não estarei contente!
Sem tê-lo aqui, não há inspiração
Há somente um coração em devoção
Os passos de minh'alma são controlados
Por tristes sonhos distantes e desolados
Desejo o toque, fico suspirando e
Perco-me em devaneios sem respirar
Sou sombra perdida no meio caminho
Sem tê-lo aqui, não há carinho
Ouço calada uma canção sem fim
Que fala de saudade e dói sim
Ferindo e machucando o coração
São rumores, apenas uma canção!
Sem saber ao certo onde devo ir
Pinto um arco-íris para sorrir
A cruel solidão tudo vai ceifando
Sozinha, perdida continuo andando
A distância nao acalma medos
Nem seca lágrima sem dedos
Há somente palavras de amor
Que já não curam mais a dor
Não há sabor no beijo desejado
O sexo solitário está cansado
O vigor não se renova
Pondo a vida à toda prova
Rumores uivam bravos no ar
Gritando, lamentando, implorando
para nao te esquecer e me diz
que ainda devo te esperar!
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DUETOS - POETANDO

NÃO SEI BEM PORQUÊ
Wilson de Oliveira Carvalho

Estou com raiva de mim, vejam só,
não posso nem passar diante dos
espelhos sem parar, pois,em todos,
tenho encontrado uma indagação:
"Por que voltou?"
Não sei porquê, mas voltei,
mesmo que isso represente
enxugar minhas lágrimas
novamente;
Viver sozinho nos sonhos,
sempre procurando a paz;
Não saber e nem conhecer
o sabor de um beijo espontâneo;
Não ter noção das coisas boas
que acontecem nas madrugadas;
Colher uma flor, a mais
perfumada, e dela não sentir
seu aroma;
Ganhar um afetuoso abraço,
terno representante do amor
sem qualquer cobrança;
Não ter o brilhantismo da lua,
que se recusa sair detrás
das nuvens.
Voltei, mas não
sei bem o porquê!
Voltastes (?)
Marillena Ribeiro
Se não sabes porque voltastes
eu, bem sei, isso se chama amor
Amor que ainda sente dor
Voltastes para resgatar o que restou?
Buscando numa amanhã qualquer
um beijo que jamais virá?
E nas madrugadas, sonolentas e ilusórias
as coisas acontecem só nos sonhos
que ao despertar se desmancham
feito fumaça no ar...
Mas fica o dever de conduzir
com nossas próprias mãos
as nossas próprias vidas
o nosso próprio destino
Voltastes e bem sabes porque
O amor não admite dizer adeus
Quer ainda se certificar que está vivo
Com sorte, reacender
ainda quer ser notado
jamais esquecido...
E que manter viva as memórias
Procura respostas não respondidas
e olhares desviados e desconfiados
Ate mesmo na canção chorosa
na voz rouca de um cantor qualquer
busca uma esperança para esse amor
Ah! Um abraço sem cobrança, saudoso
não existe mais, existe o medo...
Porque o amor está tão frágil
vivendo dentro de um pingo de chuva
que a qualquer momento o
coração entrará em luto
porque o amor falecerá
Então, se ate mesmo a lua se esconde
As coisas nao acontecem mais nas madrugadas
As flores estão despetaladas
So resta um caminho...
Dar uma nova chance ao destino
e uma ordem ao coração:
Por favor, ame outra pessoa!
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VIRTUAL

Olho através da vidraça,
vejo um vaga-lume
A lua tímida esconde-se límpida atrás do cume
No meu coração queima lentamente uma tocha
de incerteza, medo,
e o coração fica uma rocha
A noite caiu sóbria e a madrugada me invade
com todos os mistérios, chega a voz, tom real
Quem sabe, buscando a chave do amor virtual
Tateando em mim encontrastes a eternidade...( ? )
Ouvi todos os seus segredos, os amores perdidos
dos sonhados amores, desejados e bandidos
Os segredos guardarei, mas seu amor não serei
Não fosse o atraso do tempo, te perderei?!
Algum dia nesse seu amor viverei?
Sem promessas, sabias que eu tinha um amor
Que chorar não aliviaria, não poderias roubar-me
Podes apenas sentir-me, amar e até guardar-me
No coração, n'alma, na vida, sou sua e sem dor
Sou apenas um mero capricho de sua vida
Nua ou não, sou a mulher virtual sonhada
Com mãos macias os sonhos serão tocados
Como cada melodia que ecoa dos teclados
O sentimento brotou sem toque, cheiro
Algo foi desviado antes de conhecê-lo
Não há caminho comum para nós, agora
É uma trilha que a vida mostra, por ora
Viver um amor sem ter-me, sem tê-lo (?)
Sou só habitante do seu sonho, imortal
Vale a pena sorrir e faz-me feliz saber
Que desperto seus íntimos desejos...
Fosse ontem não pensaria, iria correr
Onde ninguém foi ainda, posso ir em ti
Como parceiros de segredos, não parti
Um bem querer eterno vai permanecer
A mera fantasia sempre vai enternecer
Transite como a nota musical que se perde
N'alma d'um sonhador até o último suspiro
D'um amor vivido em si e para si, respiro
Serei sempre virtual, nesse seu amor virtual
Ou espere-me num encontro acidental (?)
Nesses dias que a vida está bem
Com sorte serei real e nunca mais virtual
Marillena Salete Ribeiro
2002
Este texto encontra-se protegidos pela Lei Brasileira nº 9.610, de 1998, por leis e tratados internacionais.

UM POEMA, UM SORRISO

Um poema é um sorriso
Um sorriso é um poema
Amar assim é viver no paraíso
E nas mãos, perfume de violeta
Estar contigo é estar comigo
É um brinde á vida
Mesmo distantes, a paz acalma
Tudo é suave quando se ama
A flor recebida, veio para o coração
É motivo de alegria e muita emoção
Carinho, ternura e amizade
Aliviando dores e minha solidão
Não estou mais só na multidão
Agora, tenho um coração
No meu espaço estou levitando
Saudosa, até a infância revivendo
Juntos, moramos no sótão da saudade
O olhar ficou perdido no imaginário,
Eis que surge até a velha boneca que
Perdida estava num canto da memória
Saber que ontem viveu-se
O hoje é somente esperança
Buscar a criança que habita noss'alma
E tem que permanecer viva
Nem que seja, nas meras lembranças
Aceito sim, o teu coração, amigo
E nele fazer minha morada
Ofereço-te o meu agora
Com ternura, carinho e amizade
Pois, não há desgaste num coração
Que se permita ser amado
A porta sempre entreaberta ficará
Meu coração não tem chaves
Basta chegar, dizer um olá
Entrar e se aconchegar
Sê bem vindo, neste chegar
Podes ficar o tempo que quiser
Amigos, nem a eternidade afastará
Para sempre, amigos seremos e
Fique nesta minha paz o tempo que quiser
Marillena Salete Ribeiro
22/10/200119horasVideira/SC
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais Ao repassar, por favor, mantenha os devidos créditos

Um andar cansado

Ando cansada de minha vida lapidar
E não vejo nada mais brilhar, clarear
Ando tirando lascas de dor e fel
Sem saber da vida, o sabor do mel
Ando cansada de abdicar meus sonhos
Abduzindo sorrisos entre lágrimas
Sigo com minh'alma, ainda sozinha
Falando da dor, nos versos que componho
O cansaço anda estuprando minh'alma
E sigo sofrendo, triste e sem calma
Nem mais sei o que estou a procurar
Uma infinita busca nesse meu caminhar
Sei apenas que, ando com saudade de mim
Ando amargando uma dor sem fim
Saudade do tempo que estava só comigo
Não havia dor e nem lamento amargo
Minh'alma anda triste, confusa e abatida
Arrasto passos pelas vielas da vida
Sem saber o que virá pela manhã
Jurei que não mais iria entristecer
Nem mais me deixaria abater
Mas, a vida não dá trégua, quer bater
E seguirei triste até desaparecer
Estou novamente diante do entristecer
Receio perder a serenidade e endoidecer
Uma sensação que os meus sentimentos
Estão novamente a despencar e empobrecer
Onde poderei minh'alma albergar?
E essa dor toda, onde esvaziar?
Que houve com meu coração agitador?
Tornou-se novamente um amador?
Marillena Salete Ribeiro
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Um amor quando se despede

Um amor quando se despede
Lentamente se vaivai sozinho
vai chorando,
lotado de interrogações
querendo ficar,querendo lutar!
Um amor quando se despede
cansou de esperar,
de ficar observando a rua,
pela janela da esperança,
gotas de lágrimas ficam na vidraça
a vida está embaçada
fica-se vivendo de saudades
Um amor quando se despede
arrastando-se vai exausto de aguardar,
que chegasse, que estivesse
que o tempo não parasse
sabendo que os dias deveriam ser regados com afeto,
com carinhocom dedicação, com tempo!
Quando um amor se despede
foi esgotada a paciênciada espera,
do justificar atitudes
de tudo mais ter importância, menos o amor
O mundo tem mais importância
O amor é estação!
Quando um amor se despede
vai sumindo mansamente,
sabor amargo da desilusão,
gosto de fel n'alma,
cheiro de poeira na estrada,
estrelas somente no céu da boca
Vai sumindo, fumaça ao vento,
rasgado fronteiras se vai
Sozinho parte calmo, porém,
desolado, amargurado, sem rumo e lento!
Quando um amor se despede
cansou de ouvir mentiras,
ser enganado,
não mais aguarda
nem sonha mais
milagres não crê
Quando um amor despede
o amado já não marca ponto
não faz mais gol,
nem estando na marca do pênalti
Sexo nem como lição de casa
ausência quase que total,
não fosse a presença fisica
diária e vazia
Repentinamente, um dia o amado,
sozinho cansado das aventuras,
da esbórnia
lembra-se que tinha um amor
Disfarçado vai retornando
contando novidades
fingindo saudades
Sabe que o amor que deixara ali,
no mesmo lugar ainda estaria esperando de corpo presente
e o amor, tímido, sorri triste
sabe que sepultado será
nas fábulas não acredita
nem mais em mentiras
Quando o amor se despede
os olhos ficam marejados, a voz engasgada
é tristeas mãos trêmulas e frias
as pernas não se sustentam
o olhar infeliz perde-se no vazio
Ferida, coração sangrando
a alma adoecida
a tudo, agora é nosso nada
Quando um amor se despede
leva as acusações do amado
que não soube esperar
que não teve paciência
que exigia demais
que não amou suficiente
que não era amor!
Quando um amor se despede
leva consigo todos os sonhos
esperança d'um novo amor
que dê o mínimo que um amor
precisa para vivo se manter, sobreviver!
Quando um amor se despede
faz um curativo de amador
coloca gaze e esparadrapo n'alma
para não seguir sangrando
estanca tudoafirma a si mesmo,
- Até breve não existe!
Logo mais nos veremos, acabou!
Quando um amor se despede
o que eterniza é tão somente...
ADEUS!
Até nunca mais!
Cansou de esperar na janela da vida
e segue, com medo, mas confiante
E para o amado:
- Até nunca mais!
Marillena Salete Ribeiro
Este texto encontra-se protegido pela Lei Brasileira nº. 9.610,de 1998, por leis e tratados internacionais. Direitos autorais Ao repassar, por favor, mantenha os devidos créditos